Juros nos EUA: como a nova alta pode afetar o Brasil

23/09/2022
imagem mostra uma nota de dólar em evidência, algumas outras notas atrás desfocadas e um gráfico verde com fundo preto também desfocado mais  ao fundo

O Federal Reserve (Fed, o Banco Central dos Estados Unidos) elevou os juros da economia americana em 0,75 ponto percentual, passando para a faixa de 3% a 3,25%. Foi o quinto aumento neste ano e, com isso, a taxa chegou ao maior nível desde 2008, quando eclodiu a crise financeira mundial.

A medida é uma tentativa de conter o aumento da inflação, pressionada pelo encarecimento dos combustíveis e alimentos, consequência da guerra na Ucrânia e dos desarranjos logísticos provocados pelos lockdowns na China.

A expectativa é de que os juros continuem subindo nos Estados Unidos, projeções do Fed apontam que a taxa básica pode chegar a 4,40% até o final deste ano e atingir 4,60% em 2023.

Aumento global de juros
Bancos em quase todos os países - com as grandes exceções do Japão e da China - estão tomando medidas semelhantes para lutar contra seus problemas causados pela inflação.

Um dos primeiros efeitos para o Brasil da alta dos juros nos Estados Unidos é que os investidores tendem a tirar os recursos de países em desenvolvimento e direcioná-los aos países ricos, considerados mais seguros.

"Quando o Fed sobe os juros, há uma entrada de capital nos Estados Unidos para se beneficiar desses juros maiores", explica Sergio Vale, economista-chefe da MB Associados. "Por mais que os juros lá sejam bem menores que aqui, é um país muito mais confiável. Assim, a alta de juros leva a uma saída de recursos de países emergentes para o mercado americano".

Desaceleração ou recessão?
Por um lado, a alta nos Estados Unidos e em outros países desenvolvidos aponta para uma desaceleração da economia mundial porque quando os juros sobem, fica mais caro para as empresas e as famílias tomar dinheiro emprestado e isso diminui a atividade econômica.

Essa desaceleração reduz a demanda por bens e serviços e pode reduzir as exportações brasileiras.

A alta da taxa de juros americana gera um receio de que a economia dos Estados Unidos esteja caminhando para uma recessão e isso desacelera todo o resto do mundo, incluindo o Brasil, com as exportações.

Por outro lado, a redução da atividade global pode ajudar a conter a inflação no Brasil, conforme explica Flavio Serrano, economista-chefe da Greenbay Investimentos.

O país atravessa um momento especialmente delicado em que a alta dos preços acontece junto com uma pressão sobre as contas públicas. "Um crescimento global menor, geraria menos pressão nos preços e isso pode facilitar o trabalho do Banco Central brasileiro no combate à inflação".

CLIQUE AQUI e confira a matéria completa e original do site g1.

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Foto: aliaksandrbarysenka (Canva Pro)

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