Como ganhar 1% ao mês livre de IR com a Selic em 13,25%?
23/06/2022
Com a taxa básica de juros acima dos dois dígitos, a busca por aplicações que oferecem rendimento de 1% ao mês voltou a ser um desejo dos investidores da Renda Fixa. Embora mais factível, uma remuneração dessa magnitude, líquida de Imposto de Renda (IR), não está disponível em qualquer CDB (Certificado de Depósito Bancário) – mesmo com a Selic alcançando 13,25% ao ano.
Cálculos elaborados a pedido do site InfoMoney por Camilla Dolle, head de análise de Renda Fixa da XP, sugerem que para conseguir uma rentabilidade equivalente a 1% ao mês líquido de IR, o investidor precisa realizar aplicações em CDBs que entreguem, pelo menos, 107% da taxa do CDI.
O resultado considera um investimento mantido por, pelo menos, dois anos, que seria tributado com a menor alíquota da tabela regressiva do Imposto de Renda, de 15%. A simulação leva em conta uma taxa do CDI igual à Selic, de 13,25% ao ano e não desconta eventuais outros custos, além do IR.
Se o investidor quisesse manter os recursos aplicados por menos tempo, precisaria encontrar CDBs com remuneração mais alta para continuar conseguindo uma rentabilidade líquida de 1% ao mês. Para investimentos de um a dois anos, por exemplo, a taxa mínima seria de 110% do CDI. Já para aplicações curtas, de menos de seis meses, a exigência de rentabilidade subiria para 117% do CDI.
Ainda que os CDBs apresentem cobertura do Fundo Garantidor de Crédito (ou FGC) – uma espécie de "seguro" que devolve até R$ 250 mil por investidor (CPF) e por instituição financeira até o teto de R$ 1 milhão – é importante reforçar que é preciso cuidado na hora de escolher. Alocadores ouvidos pelo InfoMoney apontam que o investidor deve dar preferência a instituições com ratings AAA, AA, A e BBB, já que produtos a partir de BB possuem grau especulativo e costumam ser mais arriscados.
Além disso, os especialistas fazem um alerta: em caso de quebra do emissor, o dinheiro do FGC pode ficar retido por um período, durante o qual não há recebimento de rendimentos na aplicação. Logo, o ideal é diversificar os emissores para reduzir o risco.
Pós-fixados atrativos
Os títulos pós-fixados seguem atrativos e são uma das apostas dentro do Santander.
Arley Junior, estrategista de investimentos da casa, recomenda os investimentos, mas afirma que o ideal é combinar CDBs com Letras de Crédito Imobiliário (LCIs) ou do Agronegócio (LCAs). "As letras têm isenção do Imposto de Renda e oferecem um retorno maior, mas não alocamos somente nelas por conta do prazo de carência [a partir de 90 dias]", explica.
Poupança X CDBs
Enquanto alguns CDBs conseguem oferecer retorno de 1% ao mês líquido de IR, a caderneta de poupança segue atrás quando o assunto é rentabilidade.
Atualmente, a remuneração da poupança é de 0,5% ao mês – ou 6,17% ao ano – mais a variação da TR (Taxa Referencial). A elevação da Selic pode até aumentar o retorno da poupança, pois a taxa básica influencia o desempenho da TR, porém, simulações de Camilla, da XP, indicam que os ganhos da caderneta seguem ainda abaixo da inflação corrente. Na prática, o investidor continua perdendo dinheiro ao deixar os recursos aplicados nela.
No melhor dos cenários, com a Selic a 13,25% ao ano, um investimento de R$ 10 mil na poupança renderia 7,84% – ou R$ 784 – em um ano. Isso levando em conta que a TR média ao longo desse ano estaria em 0,13%, segundo cálculos da XP.
Outro detalhe é que enquanto a Selic estiver acima de 8,5% ao ano, a remuneração de 0,5% ao mês da poupança fica estacionada, enquanto o retorno das aplicações pós-fixadas continua subindo.
Se o investidor destinasse o mesmo valor a um CDB com retorno de 100% do CDI, por exemplo, teria um retorno de 10,65% no mesmo período, já considerando o desconto de 20% do Imposto de Renda. Se a rentabilidade prometida fosse maior, como 110% do CDI, o rendimento chegaria a 11,84% ao ano.
CLIQUE AQUI e confira a matéria completa e original do site InfoMoney.
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Foto: ker_vii (Getty Images para o Canva Pro)