Dólar no menor valor em dois anos: o que explica a queda e o que esperar

Até agora, só em 2022, a queda acumulada do dólar é de 12,5%, a moeda está valendo R$ 4,76, enquanto no último pregão de 2021 era negociada a R$ 5,57. Com a sequência de quedas que vem se estendendo já há algum tempo, surgem também as dúvidas sobre se este é o melhor momento para comprar ou se há possibilidade de cair ainda mais.

Só que essa é uma pergunta difícil de responder. Definir a direção do preço de uma moeda é complicado, pois a dinâmica envolve muitas variáveis, mas a percepção de alguns analistas é de que ainda há espaço para mais valorização do real, mesmo em um cenário com tantas incertezas. Fatores como a guerra na Ucrânia, desafios fiscais no Brasil, eleições presidenciais e o desenrolar da pandemia, que aparentemente caminha para seu fim, colaboram para isso.

Mas o que causa a queda no preço do dólar?
O fato é que mesmo com as incertezas à frente, há uma certa percepção de que o cenário está mais tranquilo. "De fato, a recente redução de notícias negativas na frente fiscal, surpresas mínimas em torno da eleição, poucos atrativos nos EUA e uma taxa de juros muito mais alta do que no restante do mundo provavelmente estão jogando ao nosso favor", explicam os analistas do BBI.

Quanto às eleições - que eram o fator mais temido pelo mercado em 2022 - a percepção é que não há nada novo no horizonte, os dois principais candidatos à presidência - Luiz Inácio Lula da Silva e Jair Bolsonaro - já ocuparam o cargo antes e suas formas de governar - ou parte dela - já são conhecidas pelo mercado.

Os analistas do BBI explicam também que a taxa de juros brasileira está, atualmente, muito acima daquilo que é visto em outros países, o que dá espaço para o movimento que é conhecido como carry-trade ou a atração dos fluxos do mercado.

Há espaço para o dólar cair mais?
Apesar de o dólar já ter se desvalorizado consideravelmente frente o real, a perspectiva é que há espaço para mais – mas isso depende de algumas variáveis.

Os analistas do BBI diminuíram suas projeções médias para o preço do dólar em 2022 de R$ 5,50 para R$ 5,20. Já para 2023, as projeções são de que uma unidade da moeda americana custará R$ 5,50, ante R$ 5,70 anteriormente.

O banco se posiciona com cautela, justamente por ver que as incertezas fiscais e geopolíticas têm potencial para pesar contra a performance da divisa brasileira ao longo deste ano.

"Os impactos da guerra na Ucrânia são bilaterais, com fortes impactos positivos no curto prazo em relação ao Brasil, mas provavelmente teremos consequências negativas a médio prazo", pontuam.

Já os analistas do Credit Suisse veem espaço para a moeda brasileira ganhar força, o que dependerá, justamente, dos ruídos políticos e fiscais.

CLIQUE AQUI e confira a matéria completa e original do site InfoMoney.

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Foto: Depositphotos