Por que o dólar está caindo em 2022? É hora de comprar?

11/02/2022
duas notas de dólares no primeiro plano e um gráfico desfocado no segundo plano

O dólar está perdendo força em 2022. Só em janeiro, a moeda norte-americana acumulou queda de quase 5% e em fevereiro, já rompeu a barreira dos R$ 5,30 e, entre altas e baixas, chegou a bater em R$ 5,17 no menor patamar desde setembro.

Em 2022, o Brasil é o país onde o dólar mais se desvalorizou, segundo dados da Economatica. O alívio, no entanto, exige cautela, já que as eleições estão no radar dos próximos meses. De acordo com o último boletim Focus, a previsão é que o dólar termine o ano em R$ 5,60.

Entre os principais motivos que levaram o dólar ficar abaixo dos R$ 5,30 está o volume de investimento estrangeiro que o Brasil vem recebendo. A Bolsa de Valores registrou até o dia 09 de fevereiro, uma alta de 7,29% nesses valores em 2022. De forma simplificada, a regra segue a lei da oferta e da demanda: se o investidor de fora coloca mais dólares na economia brasileira tem mais volume da moeda por aqui. E quanto maior a oferta, menor o preço.

Só em janeiro, o investimento estrangeiro na Bolsa atingiu R$ 32,49 bilhões na B3 — a segunda melhor marca desde 2012 e o quarto mês consecutivo de entradas de capital estrangeiro.

O aumento dos preços das commodities no mercado internacional também fortalece o real, uma vez que há um forte ingresso de dólares no país com a venda de produtos como soja, minério de ferro e petróleo, explica André Perfeito, economista-chefe da Nécton.

A alta da Selic também atrai estrangeiros para o Brasil, via investimentos em Renda Fixa. Com o último aumento, o Brasil voltou a ter o maior juro real (descontada a inflação) do mundo – pagando, assim, um retorno atrativo ao capital externo.

Segundo Silvio Campos Neto, economista-sênior da Tendências Consultoria, os juros dos EUA, que devem subir a partir de março, também ajudam a cotação do dólar a baixar por aqui, já que os investidores norte-americanos estão se desfazendo de suas aplicações na Bolsa diante do crescimento mais tímido da economia e das próprias empresas onde investem devido à inflação. "Os investidores passaram a ver o Brasil como um mercado interessante entre os emergentes", explica.

E o dólar deve continuar em queda?
Na avaliação dos especialistas, o dólar deve permanecer em torno de R$ 5,30 este mês com variações, principalmente, para baixo.

No entanto, será preciso ter cautela a partir do segundo trimestre, quando as eleições no Brasil entrarão no foco dos investidores, fazendo com que o dólar volte a subir. As eleições são consideradas como riscos consideráveis.

Então é hora de comprar dólares?
Para quem tem dinheiro guardado ou vai viajar, os especialistas recomendam comprar o quanto antes para aproveitar a cotação atual – já que ela pode não durar muito.

"A queda do dólar não deve ser muito duradoura por conta do risco Brasil, principalmente em ano de eleição. Temos muitas coisas importantes acontecendo no exterior e aqui, principalmente um processo eleitoral carregado de incertezas", conclui Campos Neto.

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Foto: Getty Images

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