A carteira de ações negativou? E agora?

05/11/2020
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Pode discordar do que quiser, mas que 2020 foi um ano que veio para sacudir a gente, isso ninguém discorda. E com a Bolsa não foi diferente, não, só que mesmo os índices acumulando perdas de quase 15% no ano até outubro, o número de investidores disparou e alcançou a marca de 3 milhões de pessoas físicas.

A taxa Selic na mínima histórica contribui para isso, o investidor brasileiro está cada dia mais atento e buscando alternativas que rendam mais, por isso esse aumento de pessoas entrando de cabeça na Bolsa: o crescimento chega a 112% em um ano. O perfil do investidor também está mudando, a maior fatia hoje tem entre 26 e 35 anos, uma grande mudança em pouco mais de um ano, quando a maior parte tinha entre 36 e 45 anos.

Muitos investidores chegando agora, bastante jovens, será que isso explica o trauma e o comportamento de saída repentina de boa parte deles? Mas então quando a gente abre a carteira de ações e vê o resultado negativo, o que devemos fazer? Há motivo para se apavorar?

Definitivamente não, isso só vai atrapalhar, acredite! O sobe e desce dos preços faz parte do jogo de quem compra ações, por isso, os papéis devem ser adquiridos com alvos de ganho e limites de perda pré-estabelecidos justamente para que termos como "apavorar" e "empolgar" se mantenham fora da operação. O envolvimento emocional aqui só atrapalha na tomada de boas decisões.

Ainda que a carteira esteja caindo, o prejuízo só é consumado no momento da venda da ação (que tenha caído em relação ao preço de compra, óbvio). Para evitar que isso aconteça, o investidor quando entra na Bolsa, necessariamente deve ter uma estratégia - para o longo, médio ou curto prazos - e isso deve ser respeitado. Agora, se algo muito pontual acontecer e a recomendação dos analistas for de saída (por isso é tão importante ficar atento), então o investidor deve sair, mas isso não deve ser feito antes da hora por motivo de desespero, esse comportamento demonstra que o investidor não está bem preparado ou não tem perfil adequado para esse tipo de operação.

"É importante estabelecer objetivos de ganho e limites de perda antes de comprar a ação. Não existe um teto para isso, vai depender da estratégia e dos objetivos de cada um, de preferência ganhando mais do que perdendo", explica Bian Ribeiro, assessor da SHS Investimentos.

E como preservar a carteira de ativos em momentos de turbulência, como o que vivemos atualmente?
Preservar os investimentos começa por uma diversificação adequada da carteira como um todo, não só a parte de Renda Variável. De acordo com Bian, uma carteira bem diversificada com uma fatia adequada de ativos que funcionam como reserva de valor - ouro, dólar, além de um caixa para aproveitar as oportunidades - ajuda a reduzir bastante o impacto causado por momentos como o atual.

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E mais uma vez, ficar atento às notícias que impactam o mercado, bem como as recomendações dos analistas é muito importante, então como nos aproximamos de eleições tanto no Brasil quanto nos EUA e a Covid-19 avança pela Europa ainda sem muita notícia concreta de vacina, uma boa estratégia para este momento seria reduzir um pouco a exposição aos ativos de maior risco e manter esse dinheiro em caixa para aproveitar as possíveis oportunidades.

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Foto: Drobot Dean/Canva

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